quinta-feira, 25 de setembro de 2025

Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva!

 Educação em Saúde

É um processo contínuo que visa informar, capacitar e desenvolver a consciência crítica da população sobre questões de saúde, promovendo a adoção de práticas preventivas e a melhoria da qualidade de vida individual e coletiva. O objetivo é que as pessoas internalizem o conhecimento, tornem-se protagonistas do seu cuidado e tomem escolhas mais informadas, construindo autonomia em relação à sua saúde.

Objetivos da Educação em Saúde

Promover a saúde: Desenvolver o conhecimento sobre fatores que influenciam a saúde e a adoção de práticas preventivas. 

Empoderar a população: Aumentar a autonomia das pessoas para que façam escolhas saudáveis e se engajem no cuidado com a própria saúde. 

Prevenir doenças: Informar sobre hábitos saudáveis e combate a doenças como obesidade, hipertensão, diabetes, entre outras. 

Combater a desinformação: desmistificar informações falsas e promover o acesso a conteúdos confiáveis sobre saúde. 

Estimular o debate: Incentivar a participação da comunidade em discussões sobre saúde, junto com profissionais e gestores. 

Onde pode acontecer a Educação em Saúde

Escolas: Através do Programa Saúde nas Escolas (PSE) e de atividades educativas. 

Unidades Básicas de Saúde: em consultas e ações comunitárias. 

Ambiente de trabalho: Em campanhas e programas de promoção à saúde. 

Campanhas públicas: Para conscientizar sobre os riscos à saúde, como a dengue, e promover a vacinação. 

Plataformas digitais: Para disseminar informações e oferecer treinamento online. 

Benefícios da Educação em Saúde

Melhora da qualidade de vida: Pessoas mais informadas tendem a adotar hábitos mais saudáveis. 

Redução de custos para o sistema de saúde: A prevenção diminui a demanda por tratamentos e internações. 

Fortalecimento da autonomia: Indivíduos capacitados para tomar decisões sobre sua própria saúde. 

Engajamento comunitário: Atividades em grupo promovem a integração social e o apoio mútuo.

Educação na saúde 

Abrange duas grandes áreas: a educação em saúde, focada na capacitação e conscientização da população para a adoção de hábitos saudáveis e a prevenção de doenças; e a educação para os profissionais de saúde, através da educação continuada e permanente para a formação e aprimoramento dos trabalhadores do setor. A educação em saúde promove a autonomia, o desenvolvimento da consciência crítica e a participação ativa das pessoas na gestão da sua própria saúde e da saúde coletiva. 

Educação na Saúde (para profissionais de saúde): Um processo de produção e atualização de conhecimentos para a prática e gestão dos serviços de saúde. 

Tipos:

Educação Continuada: Atividades de ensino após a graduação, com duração definida e métodos mais tradicionais, como pós-graduações. 

Educação Permanente: Focada nas necessidades do processo de trabalho e na transformação dos serviços, buscando a aprendizagem cotidiana e o desenvolvimento dos trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Foco: A formação, o planejamento e o desenvolvimento dos profissionais para garantir o acesso universal e igualitário aos serviços de saúde.

Na aula de hoje abordamos os conceitos de educação na saúde e em saúde conforme o artigo: Educação em saúde e educação na saúde: conceitos e implicações para a saúde coletiva. É de extrema importância saber as diferenças e saber que a educação caminha lado a lado para realizarmos uma assistência de qualidade.




Referencias

  • https://www.scielo.br/j/csc/a/kCNFQy5zkw4k6ZT9C3VntDm/?lang=pt
  • EDUCAÇÃO EM SAÚDE E EDUCAÇÃO NA SAÚDE: CONCEITOS E IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE COLETIVA (0157/2013). Mirian Benites Falkenberg Falkenberg, MB -Brasília, DF - Universidade de Brasília - <mirianfalk@hotmail.com>



Semana da Primavera: Feira de Profissões!

 ​Para nós, acadêmicos, a Feira das Profissões é uma oportunidade crucial de valorização. Muitas vezes, a Enfermagem é reduzida ao estereótipo do auxiliar, e o evento permitiu educar o público sobre a vasta área de atuação do Enfermeiro: da atenção primária à alta complexidade, da gestão de equipes ao ensino e pesquisa, passando por áreas inovadoras como a Enfermagem Forense e Estética.

​A Feira das Profissões cumpriu seu papel com maestria. Pessoalmente, senti que o estande de Enfermagem não apenas recrutou futuros colegas, mas também fortaleceu a imagem da profissão. ​Saímos do evento com a certeza de que a Enfermagem é uma carreira indispensável, dinâmica e profundamente humana, que exige ciência, técnica e, acima de tudo, um compromisso inabalável com a vida e com o bem-estar da comunidade. Foi uma celebração do que já fizemos e um convite inspirador para o que ainda está por vir.

Pude ficar com a liga acadêmica (LAESC) no laboratório de anatomia humana, foi um grande prazer poder falar de anatomia e mostrar o quanto é importante na nossa profissão.




terça-feira, 16 de setembro de 2025

​Atenção integral à saúde no sistema prisional!

 A saúde no sistema prisional é um tema complexo e de extrema importância. É a forma como o Sistema Único de Saúde (SUS) garante o direito à saúde para as pessoas que estão presas ou sob custódia do Estado. Essa atenção é estruturada pela Política Nacional de Atenção Integral à Saúde das Pessoas Privadas de Liberdade (PNAISP).  

​A PNAISP foi oficialmente instituída em 2 de janeiro de 2014, por meio da Portaria Interministerial nº 1. Ela garante que todas as pessoas presas tenham acesso à saúde pública de forma integral, respeitando os princípios do SUS.  

​Contexto e objetivos da PNAISP:

​Antes da PNAISP, existiu por cerca de 10 anos o Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário (PNSSP), que se mostrou insuficiente por ter um foco limitado e fragmentado.  

​A PNAISP veio para integrar a população carcerária ao SUS e garantir acesso regular, contínuo e de qualidade aos serviços de saúde. Entre seus objetivos, estão:  

  • ​Fortalecer o papel da atenção básica no sistema prisional.  
  • ​Promover um cuidado humanizado e respeitoso.  
  • ​Estruturar equipes multiprofissionais nas unidades prisionais.  
  • ​Estabelecer fluxos de assistência entre as unidades prisionais e a Rede de Atenção à Saúde (RAS).  

​Promover a corresponsabilização entre os diferentes níveis de governo (União, estados e municípios) na gestão da saúde prisional.  

​Apesar dos avanços propostos, a implementação da PNAISP enfrenta grandes desafios. Problemas como a infraestrutura precária dos estabelecimentos prisionais, a escassez de profissionais de saúde e a falta de capacitação específica são barreiras para a efetivação da política.  

​O estigma social e a negligência institucional também contribuem para a dificuldade de garantir o direito à saúde dos detentos. Outros obstáculos incluem a limitação no acesso a exames e medicamentos e a dificuldade em realizar encaminhamentos externos para outros serviços de saúde.  

​A população carcerária é particularmente vulnerável. No Brasil, existem cerca de 909 mil pessoas presas, com uma superlotação que ultrapassa 160% da capacidade e infraestrutura insalubre.  

​Entre os presos, são comuns as doenças crônicas, como dislipidemia, hipertensão e diabetes. Transtornos mentais como depressão e ansiedade afetam entre 25% e 56% dessa população. Infecções também são um problema grave, sendo a tuberculose 25 vezes mais frequente nas prisões do que na população geral.  

​A PNAISP é um passo fundamental para garantir a saúde das pessoas privadas de liberdade, mas sua plena efetivação depende da superação de barreiras estruturais, sociais e institucionais.




Entenda a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN)!

Criada em 13 de maio de 2009, a PNSIPN é uma iniciativa do Ministério da Saúde que reconhece o racismo como um fator que afeta a saúde. O objetivo é combater as desigualdades raciais e garantir que a população negra tenha acesso de qualidade aos serviços do Sistema Único de Saúde (SUS).  

​Essa política pública busca enfrentar o racismo estrutural no sistema de saúde e atuar diretamente em doenças que são mais comuns na população negra, como anemia falciforme, hipertensão e diabetes tipo 2.  

A PNSIPN é guiada por princípios como a equidade, a humanização e o respeito à diversidade. Para colocá-la em prática, as ações incluem:  

  • ​Campanhas de saúde específicas para a população negra.  
  • ​Capacitação de profissionais de saúde para um atendimento sem discriminação.  
  • ​Monitoramento de doenças com um olhar racial.  
  • ​Promoção da saúde da mulher negra e combate à violência obstétrica.  
  • ​As responsabilidades são divididas entre as esferas do governo: o nível federal coordena e financia, o estadual adapta a política para seu território, e o municipal executa as ações e trabalha junto com a comunidade.  

​A PNSIPN é essencial para garantir a justiça racial na saúde. Graças a ela, o debate sobre o racismo no SUS se tornou mais forte, e a equidade racial passou a ser vista como parte da saúde pública no Brasil.  

​Alguns dos avanços concretos incluem o lançamento do Painel de Saúde da População Negra em 2024 e discussões sobre o tema dentro do SUS. No entanto, ainda existem muitos desafios. O sucesso da política depende do compromisso dos gestores e da participação da sociedade.  A PNSIPN é um passo fundamental para um sistema de saúde mais justo e igualitário para todos.






​Entendendo a Política Nacional para a População em Situação de Rua

 ​A população em situação de rua no Brasil é um grupo diversificado, mas muitas vezes enfrenta desafios semelhantes, como a pobreza extrema e a falta de moradia convencional. De acordo com dados, existem mais de 335 mil pessoas vivendo nessa situação no país. Para lidar com essa realidade, o Brasil conta com uma série de políticas e programas.  

​O que são os Consultórios na Rua (CnR)?

​Os Consultórios na Rua (CnR) são uma iniciativa do Ministério da Saúde que visa levar atendimento de saúde diretamente para as pessoas em situação de rua. Essas equipes móveis, que atuam na Atenção Primária à Saúde, são compostas por profissionais como médicos, enfermeiros, psicólogos e assistentes sociais, oferecendo um atendimento multiprofissional.  

​A Portaria nº 122 da Saúde estabelece as diretrizes para a organização e o funcionamento dessas equipes. O objetivo é garantir o acesso aos serviços de saúde, oferecer atenção integral e defender os direitos humanos, sempre com base nos princípios de dignidade e cidadania.  

​O que é o Centro Pop?

​O Centro Pop é uma unidade pública especializada no atendimento à população em situação de rua. Ele deve oferecer, de forma obrigatória, o Serviço Especializado para Pessoas em Situação de Rua. Além de atendimentos individuais e coletivos, o Centro Pop também promove oficinas e atividades que incentivam a socialização e o protagonismo dessas pessoas.  

​Essas iniciativas e legislações são fundamentais para garantir os direitos e a dignidade das pessoas que vivem nas ruas, oferecendo suporte em áreas essenciais como saúde, assistência social e emprego.




​Lei de Migração do Brasil: Uma Mudança em Direção aos Direitos Humanos!

 ​A Lei de Migração, promulgada em 24 de maio de 2017, marcou uma mudança significativa na forma como o Brasil lida com a imigração. Ela substituiu a lei anterior, o Estatuto do Estrangeiro, que foi aprovado em 1980.  

​Enquanto o estatuto mais antigo era visto como conservador e nacionalista, priorizando a segurança nacional e restringindo a liberdade dos imigrantes, a nova lei é uma clara mudança em direção a uma abordagem mais inclusiva. Ela prioriza os direitos humanos, a igualdade e a inclusão social, com foco na proteção dos migrantes e na garantia de seus direitos.


​A Lei de Migração é construída sobre uma base de princípios fundamentais que visam integrar os migrantes na sociedade brasileira. Eles incluem:

  • ​Tratar todos os migrantes com igualdade e dignidade.
  • ​Proibir o preconceito, como o racismo e a xenofobia.
  • ​Declarar que a migração não é um crime.
  • ​Acolher pessoas em crise, como aquelas que fogem de guerras ou desastres.
  • ​Garantir o direito dos migrantes de viver com suas famílias.
  • ​Garantir que os migrantes tenham acesso a serviços públicos como saúde, educação, moradia e assistência social, mesmo sem nacionalidade brasileira.  
  • ​Permitir que os migrantes participem das decisões relacionadas às políticas de migração.

Recentemente, a 2ª Conferência Nacional sobre Migrações, Refúgio e Apatridia (Comigrar) aprovou propostas para criar uma política nacional para migração, refúgio e apatridia. Algumas dessas propostas visam melhorar a experiência dos migrantes através de:

  • ​Criação de um canal de apoio nacional e multilíngue com um único número de telefone.
  • ​Disponibilização de tecnologia de tradução simultânea em serviços públicos, incluindo aqueles fornecidos pelo SUS (Sistema Único de Saúde).
  • ​Fornecimento de treinamento para profissionais de saúde para melhor atender a pacientes estrangeiros.

O objetivo dessas iniciativas é garantir que os princípios da lei sejam plenamente realizados, proporcionando aos migrantes oportunidades iguais e promovendo a coexistência pacífica entre as culturas.





​Atenção à Saúde Indígena no Brasil: Uma Política de Respeito e Desafios!

 A Política Nacional da Atenção à Saúde dos Povos Indígenas é uma parte essencial da Política Nacional de Saúde no Brasil, criada para atender às necessidades específicas e culturais da população indígena. Ela prevê um modelo de atendimento diferenciado, com serviços oferecidos diretamente nas terras indígenas. O objetivo é superar as deficiências do Sistema Único de Saúde (SUS), garantindo a universalidade, equidade, descentralização e participação comunitária.
Problemas de saúde: As taxas de morbidade e mortalidade são três vezes maiores que a média nacional. Doenças como tuberculose, malária, DSTs, desnutrição e infecções respiratórias e intestinais são prevalentes. A violência e o suicídio são a terceira causa de morte em certas regiões, como Mato Grosso do Sul e Roraima.
Desafios do sistema: Existem problemas na cobertura dos serviços, falta de dados epidemiológicos confiáveis e barreiras linguísticas, culturais e geográficas que dificultam o acesso à saúde. Além disso, há um aumento de doenças crônicas como hipertensão, diabetes, câncer e alcoolismo.
​Para enfrentar esses desafios, diversas organizações estão envolvidas na gestão da saúde indígena. A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) protege os territórios indígenas, apoia projetos sustentáveis e acompanha as ações de saúde. A Comissão Intersetorial de Saúde Indígena (CISI), ligada ao Conselho Nacional de Saúde, monitora a execução da Política Nacional de Saúde Indígena e propõe medidas para garantir sua efetividade. Já a Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI), do Ministério da Saúde, coordena a política e gerencia o Subsistema de Atenção à Saúde Indígena (SasiSUS), buscando um atendimento integral e humanizado, que respeite as especificidades culturais e de saúde.
​Em resumo, a Política Nacional da Atenção à Saúde dos Povos Indígenas tem o objetivo de garantir o acesso à saúde respeitando a diversidade e a cultura indígena. Embora existam desafios, o reconhecimento e a implementação de ações específicas são passos cruciais para a garantia de saúde e bem-estar dessas comunidades.